Inflação vai explodir: Selic pode voltar a 13,50%

A Legacy Capital projeta um cenário econômico desafiador para o Brasil, com inflação acima da meta e uma Selic que pode atingir até 11,00% ao ano. Felipe Guerra destaca que um ajuste gradual pode levar a inflação a ultrapassar os 7%, e as decisões do Banco Central são cruciais para o crescimento econômico e a confiança dos investidores, além de serem influenciadas pelas ações do Federal Reserve nos EUA.

A inflação e a Selic estão em foco nas discussões econômicas atuais, especialmente com as decisões do Banco Central que podem mudar o cenário do Brasil.

Felipe Guerra, sócio da Legacy Capital, analisa as possíveis direções que o BC pode tomar e suas consequências para a economia.

Expectativas para a Selic

As expectativas para a Selic estão em alta, especialmente com a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) se aproximando.

Felipe Guerra, da Legacy Capital, sugere que uma alta de 0,25 ponto percentual é o mais provável, levando a Selic para 10,75% ao ano. No entanto, ele argumenta que o Banco Central deveria considerar um ajuste mais agressivo, subindo a Selic em 0,50 ponto percentual, o que a colocaria em 11,00% ao ano.

Guerra acredita que, se o BC optar por um aumento gradual, a inflação poderá ultrapassar os 7%, o que seria um cenário preocupante. Ele menciona que o mercado de trabalho está apertado e os salários estão crescendo, o que pode pressionar ainda mais a inflação. Portanto, um ajuste mais forte poderia ajudar a conter essas pressões inflacionárias.

Além disso, a postura do Banco Central em relação à Selic pode influenciar diretamente os ativos financeiros no Brasil. Uma decisão de aumentar a Selic em um ritmo mais rápido poderia sinalizar um compromisso sério do BC em controlar a inflação, o que, por sua vez, poderia estabilizar o mercado. No entanto, se o ajuste for gradual, Guerra alerta que isso pode prolongar o ciclo de alta de juros, levando a Selic de volta aos 13,50% ao ano, como ocorreu em gestões anteriores.

Análise da inflação projetada

A análise da inflação projetada pela Legacy Capital indica um cenário preocupante para os próximos anos. Felipe Guerra destaca que a expectativa é de uma inflação de 4,5% para 2024 e 4,7% para 2025, valores que ultrapassam o teto da meta estabelecida pelo Banco Central, que é de 4,5%.

Esse aumento nas projeções de inflação é alarmante, especialmente considerando que, se o Banco Central optar por um ajuste gradual na Selic, a inflação pode “explodir” e ultrapassar os 7%. Guerra critica a abordagem de um aumento de 0,25 ponto percentual por reunião, afirmando que isso seria “enxugar gelo”, pois não seria suficiente para conter a pressão inflacionária.

O gestor argumenta que a combinação de um mercado de trabalho aquecido, com salários crescendo a 10% nos últimos três anos, e um crédito em expansão, contribui para um cenário inflacionário descontrolado. O governo, segundo Guerra, também tem um papel a desempenhar, pois suas políticas fiscais podem complicar ainda mais a situação do Banco Central.

Portanto, a análise da inflação projetada não é apenas uma questão de números; é uma reflexão sobre as políticas econômicas em vigor e suas implicações para a estabilidade financeira do Brasil. A Legacy acredita que uma ação mais decisiva por parte do BC é necessária para evitar um cenário de alta inflação que prejudicaria a economia como um todo.

Impacto das decisões do BC

O impacto das decisões do Banco Central (BC) é um tema crucial nas discussões econômicas atuais, especialmente em um cenário onde a inflação e a taxa Selic estão em constante debate.

Felipe Guerra, da Legacy Capital, enfatiza que as escolhas do BC não apenas afetam a economia imediata, mas também têm repercussões a longo prazo em diversos setores.

Uma decisão de aumentar a Selic em 0,50 ponto percentual, por exemplo, poderia sinalizar um comprometimento sério do BC em controlar a inflação, levando a um ciclo de aperto monetário menor no futuro.

Isso poderia resultar em um ambiente mais favorável para os ativos brasileiros, permitindo que o mercado se ajuste a um cenário de juros mais altos de forma mais rápida e eficiente.

Por outro lado, se o BC optar por um ajuste gradual, como um aumento de 0,25 ponto percentual, Guerra alerta que isso pode prolongar o ciclo de alta de juros, empurrando a Selic de volta aos 13,50% ao ano.

Esse tipo de abordagem pode gerar incertezas no mercado, afetando negativamente a confiança dos investidores e, consequentemente, a performance dos ativos financeiros.

Além disso, as decisões do BC influenciam diretamente o comportamento do crédito e do consumo.

Um aumento mais acentuado da Selic pode desincentivar o crédito, levando a uma desaceleração do consumo e, portanto, impactando o crescimento econômico.

Assim, as decisões do Banco Central são fundamentais não apenas para a estabilidade da inflação, mas também para o crescimento sustentável da economia brasileira.

Visão da Legacy sobre o cenário econômico

A visão da Legacy sobre o cenário econômico é marcada por uma análise crítica das condições atuais e das expectativas futuras.

Felipe Guerra destaca que, embora existam oportunidades, é preciso ter cautela. A Legacy adota uma postura conservadora em relação ao Brasil, especialmente devido à incerteza que envolve as decisões do Banco Central e suas consequências para a inflação.

Guerra argumenta que a combinação de uma política monetária mais rigorosa e um cenário fiscal desafiador pode criar um ambiente complicado para os investidores. A gestora acredita que a inflação projetada acima da meta e um possível ajuste gradual da Selic podem resultar em um ciclo prolongado de incertezas, o que exigirá uma estratégia de investimento bem pensada.

Além disso, a Legacy está atenta às movimentações no mercado externo, especialmente em relação às decisões do Federal Reserve nos Estados Unidos. Guerra observa que um corte significativo nos juros americanos pode beneficiar os ativos brasileiros a curto prazo, mas não altera a visão de longo prazo da gestora sobre a economia nacional.

Em suma, a Legacy Capital vê o cenário econômico brasileiro como desafiador, mas não sem oportunidades. A chave para navegar nesse ambiente é manter uma abordagem flexível e informada, ajustando as estratégias de investimento conforme as condições do mercado evoluem. A cautela é fundamental, pois, segundo Guerra, “não dá para ficar otimista de peito aberto com o Brasil”.

FAQ – Perguntas frequentes sobre a Selic e inflação

Qual a expectativa da Legacy para a Selic?

A Legacy projeta que a Selic pode subir para 10,75% ao ano, mas defende um aumento mais agressivo para 11,00%.

O que pode acontecer se o BC optar por um ajuste gradual na Selic?

Se o BC optar por um ajuste gradual, a inflação pode ultrapassar os 7%, segundo Felipe Guerra.

Como as decisões do Banco Central impactam a economia?

As decisões do BC afetam o crédito, o consumo e a confiança dos investidores, influenciando o crescimento econômico.

Qual é a inflação projetada pela Legacy para os próximos anos?

A Legacy projeta uma inflação de 4,5% para 2024 e 4,7% para 2025, acima do teto da meta.

Por que a Legacy é cautelosa em relação ao cenário econômico brasileiro?

A Legacy é cautelosa devido à incerteza nas decisões do BC e à possibilidade de um ciclo prolongado de alta inflação.

Como as decisões do Federal Reserve podem afetar o Brasil?

Um corte significativo nos juros americanos pode beneficiar os ativos brasileiros a curto prazo, mas não muda a visão de longo prazo sobre a economia nacional.

Fonte: Seu dinheiro

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